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01 de agosto, 2023
Por que devemos usar água destilada no refino de metais?

Um bem indispensável para o prevalecimento da vida, a água (H2O) é um composto químico presente em todos os sistemas biológicos conhecidos. Essa substância possui características que, quando combinadas, conferem a ela propriedades intrínsecas que fazem dela um composto tão essencial nos mais diversos processos. No entanto, apesar de possuir sempre a mesma fórmula química, a água não é sempre a mesma, e pode ser livre (ou não) de sais minerais, pode ser feita a partir de isótopos distintos de hidrogênio (como o deutério) e pode adquirir outras várias formas que possuem diferentes aplicações e utilidades no cotidiano das mais diversas áreas.

Mas, afinal, o que faz a água ser tão complexa e possuir tantas aplicações?

 

A água

Composta por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, a água tem fórmula molecular H2O e possui geometria molecular angular, com um ângulo de ligação igual a 104,5º. A diferença de eletronegatividade existente entre os elementos que a compõem a torna um composto polar e, portanto, é capaz de dissolver muitas outras substâncias (principalmente as iônicas), fazendo com que seja conhecida como o “solvente universal”.

Figura 1. Estrutura da água. Fonte: Adaptado de Toda Matéria.

Além disso, a geometria e a distribuição da nuvem eletrônica na molécula de água faz com que as interações intermoleculares sejam muito intensas e difíceis de serem quebradas, o que garante uma vasta gama de propriedades interessantes para essa substância, tais como a tensão superficial, o elevado calor específico, entre outras. Tais propriedades tornam a água um composto muito versátil, seja na manutenção da vida, na produção de máquinas térmicas ou na realização de experimentos químicos.

 

A água destilada

A água, em sua forma mais consumida e conhecida pela maior parte da população, é também conhecida como água mineral. Nesse estado, a água possui sais minerais e oligoelementos – tais como bicarbonatos, citratos, carbonatos, cloretos e sulfatos – e é obtida a partir da retirada direta de fontes naturais ou por extração de águas subterrâneas. Porém, esse “tipo” de água não é o mais indicado para uso em processos laboratoriais (especialmente no refino de metais). Por isso, normalmente encontramos a água em outras duas formas: a água destilada e a água deionizada. Em essência, a principal diferença entre as águas deionizada/destilada e a mineral se dá na presença ou não de sais minerais. Enquanto encontramos tais sais na água mineral, a água destilada/deionizada não os possui. Mas, então, qual é a diferença entre essas duas?

Basicamente, a principal diferença entre essas duas formas está no grau de pureza: enquanto a água deionizada não possui íons (assim como o próprio nome sugere), a água destilada, além de não possuir tais compostos carregados, também não possui outras substâncias retidas. Logo, a água destilada acaba apresentando maior grau de pureza em relação à água deionizada.

Além disso, a água destilada é obtida a partir de um processo de separação de misturas denominado destilação. Nele, uma mistura (normalmente formada por apenas uma fase) é adicionada a um sistema e aquecida, separando os diferentes compostos presentes a partir da diferença do ponto de ebulição de cada um. Quando o aquecimento é iniciado, a água é evaporada e o vapor gerado é desviado para um condensador, onde há uma maior diferença de temperatura e promove a liquefação da água, a qual é recolhida em uma outra saída do sistema. Nesse processo inicial de vaporização, portanto, os contaminantes presentes na mistura (sais e outros compostos orgânicos) permanecem no balão de condensação e se separam da água, deixando-a pura no momento do recolhimento após a condensação.

Figura 2. Sistema de destilação da água.

Assim, a água livre de outros compostos, sejam eles iônicos ou orgânicos, permite que uma série de reações e processos sejam seguidos de forma a ocorrer menores interferências e contaminações, levando a etapas e resultados muito mais eficientes e proveitosos. Por esse motivo, a água destilada é muito utilizada no preparo de soluções, na fabricação de cosméticos e de fármacos, em equipamentos de esterilização, entre vários outros.

 

O uso da água no processo de refino de metais

Sendo assim, levando em consideração todos os pontos mencionados neste artigo, somos capazes de responder a seguinte pergunta: devemos usar água mineral/de filtro/de poço no refino de metais?

Sabendo que a água mineral contém compostos inorgânicos (sais minerais) em seu meio, não é indicado o seu uso nesse processo químico, mas, em último caso, pode ser usada. Isso porque tais compostos presentes na água mineral podem comprometer a pureza do metal obtido caso a lavagem não seja feita na forma e na quantidade corretas; se os sólidos forem muito bem lavados (e, de preferência, com água quente), pode-se atingir purezas consideráveis, como o ouro 99,9%. No entanto, a fim de executar um processo mais simples e com menores possibilidades de erro, recomendamos sempre a utilização da água destilada ou deionizada.

 

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Por Sabrina Santana Klabacher

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